quarta-feira, 25 de maio de 2011

As Três Visões
A visão dos discípulos, a visão de Jesus e a visão do cego.
Jo: 9, 1-38.


                 O texto inicia com a frase, "E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença". A palavra "passando" aqui indica uma conexão ou uma continuidade do texto anterior que relata Jesus saindo do templo. Ao sair do templo Jesus encontra-se com o cego. O texto em questão não narra o tempo nem o local exato do encontro. Porém, se fizermos um paralelo com o texto de Atos 3 vamos encontrar um coxo de nascença que mendigava a porta do templo (porta chamada formosa), pois, este era um local propício para esta prática. Muitos religiosos piedosos passavam ali todos os dias. Portanto, é provável que o cego estivesse mendigando, como diz o verso 8, a porta ou próximo do templo. Quando Jesus se depara com o cego, os discipulos lhe fazem uma pergunta a cerca de um tema bastante debatido naquela época e até nos dias atuais. "Rabi, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego?". A pergunta foi sobre maldição hereditária. Por que os discíplulos fizeram essa pergunta? O capítulo 8 (o anterior) descreve um debate teológico entre Jesus e os Fariseus na presença dos discípulos, pois, eles sairam com Jesus do templo. É possível que os discípulos estivem imprecionados com o conhecimento e a atuação de Jesus no Templo. Perceba que eles chamam Jesus de "Rabi" que quer dizer "mestre, professor". Eles viram a oportunidade de adquirir conhecimento, e isso é muito bom, mas perceba a resposta de Jesus: "Nem ele pecou nem seus pais, mas foi assim para que nele se manifestem as obras de Deus". Aqui aprendemos uma primeira verdade. 
   
1. Quando os discípulos olharam para o cego de nascença eles viram uma cobáia de estudo teológico, quando Jesus olhou para o cego, viu uma oportunidade de manisfetar nele as obras de Deus. v. 2 e 3.

            Os Judeus acreditavam que toda doença ou enfermidade era uma consequência dos erros cometidos pela pessoa ou pelos seus pais. Mas não poderia ter sido consequência dos erros desse homem, porque, ele já havia nascido cego. Todavia, os Judeus iam mais a fundo, declarando acreditar que mesmo na barriga da mãe uma criança poderia pecar. Os rebinos interpretavam dessa forma a passagem, de Gn: 25, 22; "os filhos lutavam dentro dela". Jesus refuta este pensamento dizendo: "nem ele pecou". Aquela doença não era consequência dos seus erros. Muitas crianças sofrem por causa de pais negligentes, contudo, Jesus novamente refuta a questão da maldição heritária dizendo: "nem seus pais pecaram". Isso não significa dizer que o cego e seus pais não eram pecadores, pois, todos pecaram, não há um só justo.  A única pessoa a qual devemos atribuir esse tipo de maldição é a Adão, somente a ele. O salário do pecado é a morte. Não se pode pagar o pecado de alguém, seja os seus, ou os de seus pais, através de doenças e sofrimentos. Se fosse assim já estariamos mortos. Alguém já pagou por nós (Jesus o justo) e se cremos pela fé Nele seremos livres de toda maldição. É muito necessário para a vida em sí o conhecimento, mas ter conhecimento e não usa-lo para transformar a vida dos outros não vale de nada. Os discípulos só queriam conecimento. Jesus usou o seu conhecimento na vida de alguém que precisava. No debate dentro do templo Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida". (Jo: 8, 12) O que Ele expressou no templo, colocou em prática fora dele. Hoje existem pessoas que se enclausuram em um seminário, só ficam criticando e não fazem nada. Há também aqueles que querem fazer tudo, mas negligenciam o conhecimento. Esse é outro extremo terrível. Jesus nos ensina a termos equilíbriu. Há aqui uma segunda verdade:

2. Quando os discípulos olharam para o cego de nascença eles viram o seu passado, quando Jesus olhou para o cego, viu o seu futuro. v. 3

         O texto não revela como os discípulos ficaram sabendo que o homem era cego de nascença.  Quando ele foi curado, no verso 18, mandaram chamar seus pais. Ele tinha uma família. Provavelmente o cego era conhecido na região. Os discípulos perguntam: quem pecou, ele ou seus pais? Em outras palavras os discípulos queriam saber a cerca do passado do cego e de sua família.  A resposta de Jesus foi objetiva: "não interessa o que eles fizeram, o que interessa é o que eu vou fazer na vida deles".  Jesus já havia projetado a vida daquele cego antes da fundação do mundo. As pessoas gostam de analisar o seu passado, mas Jesus projata o teu futuro.

Terceira verdade:

3. Quando os discípulos olharam para o cego de nascença eles viram um caso perdido, quando Jesus olhou para o cego, viu uma oportunidade de trabalho. v. 4

"Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia, a noite vem quando ninguém pode trabalhar". V 4.  Aqui "dia" refere-se a presença de Jesus na terra, pois, Ele disse enquanto estou no mundo Eu sou a luz do mundo. "Noite" refere-se a ausência de Jesus na terra, ou seja, o tempo após a sua ascenção. As palavras "dia e noite" também podem significar vida e morte, ou seja, enquanto houver vida há oportunidade de trabalho, mas quando a morte vem não dá mais para trabalha. Enquanto haver vida Deus trabalhrá para que as pessoas enxerguem a sua verdade que é Cristo em nós a esperança da glória.
"Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aprefeiçoará até ao dia de Jesus cristo". (Fp: 1, 6)

Quarta verdade:

4. Quando os discípulos olharam para o cego de nascença eles viram um deficiente físico e mendigo, quando Jesus olhou para o cego, viu um instrumento poderoso na mão de Deus. v. 5

        Alguns comentaristas dizem que provavelmente esse homem não tivesse o globo ocular e, assim como Deus fez o homem do pó da terra, Jesus, o Deus encarnado fez esse milagre com terra e saliva.  Outros dizem que quando Jesus realizava um milagre ultilizando objetos ELe tinha atitudes estranhas e usava coisas insignificantes, para mostrar que Deus usa os pequenos da terra. Não são os objetos que curam, eles são apenas instrumentos de ensino. Muitos quando nos olham vêem nossas limitações e incapacidades, mas o Senhor nos vê como uma ferramenta em suas mãos, por que, Ele vê o que está dentro de nós. 1Co: 1, 27-29; "Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas ]ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele".

Quinta verdade:

5. Quando os discípulos olharam para o cego de nascença ele foram omissos em motivar o rapaz a crer em Cristo, Quando Jesus olhou para o cego Ele motivou o rapaz a experimentar do seu poder.

         Jesus dá duas ordens ao cego. A primeira é "Vai", que quer dizer não desista, prossiga para o alvo, vai em frente. A outra é "lava-te", que quer dizer purifica-te, santifica-te. Quando na multiplicação dos cinco pães e dois peixinhos os discípulos perceberam que aquele alimento era insuficiente para satisfazer o povo eles os desmotivaram, dizendo: "pede à multidão que volte". Quando a mulher Cananéia corria até Jesus gritanto: "Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim, a minha filha está terrivelmente endemoninhada", os discípulos disseram: "despédia, pois, vem gritando atrás de nós". Os discípulos tinham uma visão desmotivadora. Jesus tinha uma visão motivadora. Ele disse “vai” e “lava-te”...  Ef: 5, 25-26; "Vós, maridos amai as vossas mulheres, como também cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água pela palavra". Quando obedecemos ao Senhor e vivemos uma vida de santidade alcamamos milagres em nossa vida.

A visão do cego

A visão do cego de nascença teve três fazes:  
1º Fase – Ele não enxergava nada.
O verso 1 do texto diz: “E, passando Jesus, viu um cego de Nascença”. A palavra “passando” indica que o cego não estava seguindo Jesus. Ele estava à beira do caminho. No debate dentro do templo Jesus diz a seguinte frase: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo: 8, 12).  O homem não era cego apenas dos olhos físicos, mas dos olhos espirituais. . A cegueira na bíblia é comparada com a incredulidade. Se alguém não crer em Jesus, ele está em trevas. Aquele cego estava em trevas. Diz o texto que Jesus o “viu”. Ele era incapaz de ver a cristo. O verbo encarnado estava na sua frente e ele não O via. Assim é a condição da pessoa que não tem a cristo. Ele já nasce debaixo de cegueira espiritual e é incapaz de reconhecer Jesus como filho de Deus se o Senhor não abrir os olhos do seu entendimento. Ele não segue a palavra porque não a vê. A bíblia diz em 2Co: 4, 4; "nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus".

2º Fase – Sua fé é provada.

Segundo alguns comentaristas a terra misturada com saliva servia para o tratamento de infecção nos olhos, e Jesus passou nos olhos do cego para provar a sua fé. O Senhor disse: “vai e lava-te no tanque”. O cego andou certo percurso até chegar ao tanque ainda cego. Ele não teve que ver para crer, ele creu para ver. O seu milagre foi alcançado por meio de sua fé. A bíblia diz em Ef: 2, 8:Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”. A verdade é revelada pela fé em Jesus. Quando aceitamos a Jesus pela fé a palavra começa uma lavagem em nossa vida. O interessante é que Deus tem as suas formas de trabalhar. A um cego Jesus ordenou que se lavasse no tanque, o outro foi curado de imediato, outro Jesus cuspiu em seus olhos e perguntou: o que você vê? Ele disse: vejo homens como se fossem árvores. Jesus cuspiu novamente e fez a mesma pergunta. Ele disse: agora eu vejo.  Na igreja, uns são transformados de imediatos, outros são exigidos que faça alguma coisa e outro vão sendo lavados aos poucos. Seu novo nascimento é quase que imperceptível.

3º fase - A sua visão está aberta.

 Após o milagre a primeira situação enfrentada pelo ex-cego é o questionamento dos vizinhos no verso 8 do texto. Uns acreditavam outros não acreditavam, mas o homem dizia com convicção “sou eu”. Perguntaram a ele: “como se te abriram os olhos?”. Ele respondeu: “Um homem chamado Jesus, fez lodo, untou-me os olhos, e disse-me: vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Entãofui, e lavei-me, e vi”. Este homem se tornou um proclamador dos feitos de cristo na terra. Aqui aprendemos uma grande verdade.

1.     “O Senhor não abriu os nossos olhos para ficarmos calados, mas para pregarmos evangelho”.

No verso 12 perguntaram ao homem: “Onde está ele?”. Ele respondeu: “não sei”. De fato ele não sabia onde Jesus estava porque Jesus havia se retirado do local por causa dos judeus. Anteriormente Ele havia saído do templo por causa da ameaça de apedrejamento. Contudo, quando nos convertemos ou temos os nossos olhos abertos, nem sempre sabemos responder as indagações das pessoas a respeito de cristo. Algumas vezes vamos dizer: não sei, apesar de nossas convicções de que foi Jesus quem abrui os meus olhos para a verdade. O homem depois de ter enfrentado os vizinhos, ele é levado para os fariseus religiosos. OS religiosos perguntaram: “tu que dizes daquele que te abriu os olhos”? Ele respondeu: “que é profeta”, verso 17. Os religiosos arquitetaram um presuposto teológico equivocado sobre Jesus, declarando ser Jesus um pecador. Preceba no verso 25 que o homem não sabe responder. Ele diz: “se é pecador não sei, uma coisa sei, e é que, havendo eu sido cego, agora vejo”. Perceba como o homem nesse momento fala apenas da sua experiência. Quando somos novos convertidos somos assim, estamos muito ligados a esperiências. Isso no começo é muito bom. No verso 33 o homem diz: se este não fosse de Deus, nada poderia fazer. Nesse momento ele vê Jesus como: “alguém que veio de Deus”. Nos versos 35 ao 38, Jesus se apresenta a ele e pergunta: “crês no filho de Deus”. No verso 39 ele diz: CREIO, Senhor. E o adorou. Vamos analisar cuidadosamente. Primeiro ele vê Jesus como: “O homem chamado Jesus” (v11), posteriormente ele vê Jesus como “Profeta” (v17). Depois ele vê Jesus como “homem de Deus” (v33). E por fim ele vê Jesus como “o filho de Deus” (v38). Há uma verdade aqui.

2.     “O Senhor não abriu os nossos olhos para estarmos parados, mas para crecermos”.   

Muitas vezes Deus vai se ultilizar dos teus vizinhos para te fazer crescer. As perseguições permitidas por Deus vão te amadurecer e te tirar do local de comodismo. Até os religiosos da tua igreja vão te perseguir. Como diz a palavra “alegra-te quando por causa do meu nome passar por várias perseguições, exulte, pois grande será a vossa recompensa”.  O mais interessante é que quando o homem reconheceu Jesus como o filho de Deus ele estava frente a frente com o Senhor. Sabe o que nós aprendemos aqui. Receba essa vedade da parte do Senhor para a tua vida:

3.     Quanto mais crescemos no conhecimeto e na graça do Senhor, mais nos aproximamos Dele.  

Que o Senhor te abençoe e faça resplandecer a Sua luz sobre a tua vida. AMÉM!!!

Mensagem do Pr Décio Ayres.